quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Terra do Nunca

Que belo país vivemos. Tenho raiva de mim quando esqueço que moro no Terceiro Mundo. Fico bravo quando um serviço demora mais que o combinado, quando a qualidade entregue não foi a qualidade contratada, mas principalmente quando um governo sem governança nos chama de tolos, faz farra, e ainda permite que saibamos disso. Culpa minha. Tenho certeza. Meu país é assim. Não é um estado temporal, é uma caracteristica gravada com sangue, ferro, níqueis, dólares e cartões.
Saudade do tempo onde meu dinheiro era roubado sem que eu soubesse. Não sei o que aconteceu com nossos bons representantes que faziam seus negociós sem que tomássemos conhecimento. É a nossa Terra do Nunca.

Nunca nesse país se ouviu falar tanto em trapaças, tramóias, trambiques, trâmites ilegais, torpezas, que me amedronta só o pensamento de que abordei apenas a letra T.
Nosso Peter Pan vive na Terra do Nunca. Nunca isso, nunca aquilo, nunca aqui, nunca lá, e nunca soube de nada.

Que tal um pouco menos de nunca e um pouco mais de sempre? Sempre atendemos aos reais desejos de nosso povo, sem camuflar ou pagar para que suas necessidades fossem escondidas; Sempre que um pobre nordestino precisou de atendimento médico ele foi atendido; Sempre que um crime foi cometido, foi devidamente julgado; Sempre que a corrupção foi identificada, foi comprimida, oprimida, reprimida. Fica melhor, não fica? Mas a Terra do Nunca é fantasiosa. Os problemas são de mentira, os tesouros estão sempre lá, os 'bandidos' sempre perdem, Peter Pan sempre se safa.

Antes que me acusem de plágio, afirmo que a relação feita entre os personages criados por J. M. Barrie e o nosso belíssimo governo não é de minha criação, Diogo Mainardi em uma de suas colunas já o fez.

2 comentários:

Unknown disse...

Demais, aplausos..muito bom!






só corrija o nome do DIOGO mainardi

Anônimo disse...

Diógenes, identifiquei-me muito com as suas visões. Gostei do seu olhar 180 graus, o que já dá para encarar... Agora sou mais Nietzsche, quando ele desenha algo como, p. ex., não me venha com essa, esses valores nunca existiram, Deus está morto, dignidade, honra, compaixão, tudo isso quem alimenta é o dominado para o dominador - que nunca cultivou nenhum desses "princípios" - se espreguiçar vitorioso, etc. e tal. É isso, estou nessa nos meus sessentinha... Mas, quem disse la verité?...